Por Last Updated: 07/12/20211556 words7,9 min read

Seja para o ambiente empresarial ou doméstico, a internet é uma parte extremamente importante do dia a dia das pessoas, possibilitando um maior acesso às informações das mais diversas fontes, assim como a serviços e entretenimento. Hoje, é quase impossível imaginar um mundo sem as conexões de dados. Mas, você já parou para perceber a quantidade de provedores de internet que existem no Brasil? Ou pelo menos já imaginou qual seria a quantidade de empresas que oferecem serviços de telecomunicações no seu estado por exemplo?

IBM 360 mainframe computers in the Jean-Charles-Bonenfant building: console and peripherals. (Wikipédia)

De acordo com informações publicadas pela TIC Provedores, pesquisa de levantamento de dados realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade e da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (Nic.br), existem hoje, no Brasil, cerca de 12.826 provedores de internet e, a maioria deles, advém de médias e pequenas empresas que chegam a atuar em 5 municípios ou mais. Esta é a quarta edição do levantamento e a mais recente, feita em 2020.

Em uma descrição oficial do site da pesquisa: “O Cetic.br realiza, desde 2011, a pesquisa TIC Provedores, que verifica o atual panorama do setor de internet e provedores no país com o objetivo de realizar um mapeamento do setor de provimento à Internet no Brasil. A pesquisa caracteriza as empresas provedoras de Internet em termos de serviços oferecidos, atuação no mercado e adoção de tecnologias.”

Pensando nisso, a Kestratégia resolveu trazer para você hoje, meu caro leitor(a), um pouco de história e  dados sobre esse mercado em constante evolução.

Conectados através dos anos

O ano é 1968, o mundo vivia o auge da Guerra Fria e, assim como boa parte das tecnologias que conhecemos hoje em dia, a internet também surgiu para fins militares.

Desenvolvida como uma estratégia militar dos Estados Unidos, a internet foi criada com o objetivo de conseguir descentralizar os dados estratégicos das bases militares daquele país espalhadas pelo mundo. Os EUA procuravam uma forma aparentemente desconexa de reunir comunicação e armazenamento de dados sem que esses ficassem totalmente concentrados em um único lugar e que ainda, “de quebra”, caso fossem bombardeados, não perdessem todas as informações que já tinham conseguido reunir até aquele momento.

Eles estavam atrás de uma forma de comunicação que continuasse ativa mesmo que parte dela fosse perdida, assim, em caso de ataques, era possível garantir que as informações importantes estavam seguras também em outras bases.

Primeira demonstração de internet, ligando ARPANET, PRNET, and SATNET em Novembro 22, 1977 (Wikipédia)

Essa forma de comunicação começou a ser desenvolvida em 1958 em um ambiente acadêmico e com o financiamento de um órgão militar que estava diretamente vinculado ao Departamento de Defesa dos EUA, e que fora especialmente construído para este fim: o ARPA (Advanced Research Projects Agency). Em 5 de agosto de 1968 acontece a primeira demonstração da tal rede, a ARPANET (Advanced Research Projects Agency Network, ou em português: Rede da Agência de Pesquisas em Projetos Avançados). Considerada a matriarca da internet, a ARPANET foi a primeira rede de computadores construída como um meio de transmitir dados militares sigilosos e também como uma forma de interligar os departamentos de pesquisa por todos os estados e capitais dos EUA.

Desse ponto em diante, e com a crescente conscientização universal do grande potencial que uma rede mundial de computadores tinha a oferecer, as tecnologias foram então se aprimorando e, por sua vez, se expandindo também cada vez mais.

E é aí que entra o Brasil.

A internet chegou ao Brasil na década de 80, mais precisamente em 1988 através da Bitnet, uma rede remota de universidades criada em 1981 que tinha como propósito a função de disponibilizar uma forma rápida e barata de comunicação entre os meios acadêmicos. A Bitnet ligava a Universidade da Cidade de Nova York (CUNY) à Universidade de Yale, em Connecticut. Assim sendo, quando o Brasil decidiu seguir os passos dessas universidades americanas que já utilizavam esse tipo de tecnologia de rede para a troca de dados, naquela época resumidamente para troca de e-mails e compartilhamento de arquivos, assim o fez com o mesmo propósito: por aqui a internet surgiu para conectar as instituições de ensino, exclusivamente para o setor acadêmico, somente anos depois que a internet viria a ser destinada para usuários domésticos e empresas.

Vista frontal do Laboratório Nacional de Computação Científica, em Petrópolis, RJ. (Wikipédia)

Em setembro de 1988, o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), localizado no Rio de Janeiro, conseguiu acesso à Bitnet, através de uma conexão de 9.600 bits por segundo (bps), estabelecida com a Universidade de Maryland nos EUA.

Dois meses depois foi a vez da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), que fez uma conexão via Bitnet com o Fermilab, Laboratório de Física Especializado no Estudo de Partículas Atômicas (ou em inglês: Fermi National Accelerator Laboratory), que ficava em Illinois, Chicago, nos Estados Unidos. Ela conectava por meio de um fio de cobre dentro de um cabo submarino.

Algum tempo depois, a FAPESP conseguiu criar a rede ANSP (Academic Network at São Paulo ou Rede Acadêmica de São Paulo) que interligava: a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade de Campinas (Unicamp), a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT). Mais tarde, juntaram-se à ANSP a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Os pesquisadores das universidades basicamente faziam uso da rede para trocar e-mails com cientistas de outras faculdades.

Avançando um pouquinho mais na linha do tempo, em 1992 a internet no Brasil já atingia quase todo o território nacional, unindo 11 capitais do país através de uma conexão de 9.600bps. Capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Brasília por exemplo possuíam malhas que iam até 64.000bps. Aos poucos, a tecnologia foi sendo ampliada e também abrangendo outros estados. Nesse período, surgiu também a World Wide Web (WWW), uma novidade que permitia o acesso de páginas em navegadores, o que só melhorou significativamente a experiência do usuário.

Já em 1994, a internet sai das academias e começa a ser comercializada, a empresa de telecomunicações Embratel, amparada pelo governo federal, lança então o Serviço Internet Comercial que dava início ao serviço de acesso à internet em caráter experimental e com conexão internacional de 256 Kbps. Para isso, foram escolhidas cerca de 5.000 pessoas/usuários para testar o serviço. Em maio de 1995 o serviço já estava validado e se tornava definitivo no país, pronto para ser comercializado.

No final de 1995 já eram 20 provedores privados e 120 mil pessoas conectadas. Em paralelo, gigantes como a IBM e a Unisys deram início à implementação de suas próprias conexões internacionais. Com o crescimento natural do mercado, em 1996, o serviço de internet expandia a passos largos no país e os primeiros empresários do mercado de provedores iniciavam suas operações. Em 1998, devido ao aumento da infraestrutura, à melhoria dos serviços prestados e, principalmente, ao crescimento do número de usuários no mercado consumidor, o Brasil já era o 19º lugar em número de computadores conectados no mundo, ficando atrás somente dos Estados Unidos e do Canadá.

Mas a grande explosão da internet no Brasil só aconteceu no início dos anos 2000, isso porque o acesso a computadores pessoais começou a se popularizar bastante, mesmo com o acesso acontecendo somente através da conexão discada, ou seja, através da conexão à linha de telefone.

Depois, a internet discada foi cedendo espaço para a banda larga, esta por sua vez se consolidou, mesmo com problemas estruturais, e continuou crescendo no Brasil, logo em seguida, vemos atualmente que a banda larga vem também ela passando por um processo de ceder espaço, dessa vez para a fibra óptica, que agilizou os processos de navegabilidade do usuário. A melhoria na navegabilidade dos sites e as interfaces mais comunicativas e agradáveis atraíram a atenção do usuário, e os computadores passaram a ser cada vez mais usados em empresas e também para estudos, pesquisas ou entretenimentos por exemplo. Hoje, as regiões nordeste e sudeste lideram o oferecimento da tecnologia de fibra óptica, disponível em 92% e 93% dos provedores de cada região, respectivamente. A conexão de dados também ganha destaque, a exemplo da rede 3G, da rede 4G e, mais recentemente, da 5G, que acaba de chegar no Brasil inclusive.

A internet passou a ser fundamental no dia a dia das pessoas e das empresas, que começaram um forte processo de digitalização. E os provedores de serviço de internet tornaram-se cada vez mais importantes na manutenção e ampliação dessa tecnologia.

About the Author: Raylena Evelyn

Graduanda em Comunicação Social - Jornalismo na UFRN e criadora de conteúdos nos canais Instagram @racializada e @projeto.olhosnegros. Originária do Rio de Janeiro, hoje reside na capital potiguar Natal há quase uma década. Comprometida com os estudos e seu trabalho, contribui com seu estágio na produção de conteúdos na Kestratégia. «Estudar é muito mais do que acúmulo de conhecimento, é adquirir compreensão e consciência acerca de nós mesmos. Mas, principalmente, é ter o entendimento para ver de fato a nossa história enquanto seres humanos e observar com lucidez e clareza a nossa sociedade e a forma como ela vem se estruturando ano após ano.»

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